Maria

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Eu havia acabado de sair de um relacionamento quase passional. Tive uma recaída e engravidei. Eu pensei em ter o bebe, ate contei para o pai e minha família sobre a gravidez. Com o passar do tempo, os problemas que haviam terminado com o nosso relacionamento vieram a tona, e com maior intensidade... eu estava grávida, estava "nas mãos" dele (pelo menos ele pensava). Os ataques de agressividade apareceram logo, e eu decidi não ter o bebe, pois a minha vida, e a da criança seriam um inferno com aquele homem, para sempre.
A partir daí, o tempo começou a correr contra mim. Eu não conhecia ninguém que já tivesse feito um aborto, não sabia por onde começar.
Internet! Achei muita coisa, e de todo tipo. Picaretas, pessoas tentando se aproveitar da situação para ganhar dinheiro, mulheres desesperadas tentando descobrir algo que pudesse ajudar.
Uma pessoa me passou um e-mail de alguém que faria a intermediação. Eu mandei, já estava entrando em panico.
Tive uma boa amiga que me escutou sem me julgar. E minha mãe, que me julgou, que me falou um monte, mas também falou que me apoiaria na decisão.
Eu tive muito medo de tomar remédio, fazer em casa sozinha e ter complicações. Tenho outro filho e ele precisa de mim, não podia morrer fazendo um aborto ilegal.
E se o remédio não funcionasse? E se fosse falso? E se eu passasse mal? Não.
Encontrei parteiras, enfermeiras, que colocam uma sonda com abortivo e você volta pra casa pra abortar. Não também.
Eu queria fazer por sucção, que não tem nem risco de infecção.
Encontrei então um médico, achei que estava resolvido. Mas o dinheiro que ele me cobrou era o dobro do que eu tinha, não dava.
Então, a tal moça do e-mail me respondeu, eu já estava desesperada, de quase 8 semanas. Era tudo muito diferente, pessoas falando em códigos, eu nunca havia feito nada ilegal na minha vida, comparei ao trafico de drogas... nem sei se é assim.
Bom, marcamos então de nos encontrar em um shopping da capital, onde eu deixaria meu carro e pegaria o táxi com essa estranha. Embora eu tenha mais de 30 anos, minha mãe foi comigo, e isso me confortou. Encontramos com ela, fomos ate a clinica logo ali perto.
Na recepção, um cadastro breve, com poucas informações sobre mim... a consulta não teria um retorno.
No segundo andar da casa, o médico me atendeu. Perguntou de quanto tempo eu estava, se tinha certeza do que estava fazendo, e explicou como seria o processo de sucção. Eu paguei os R$3.000,00 e então fui na sala ao lado, uma sala de ginecologista, normal.
A enfermeira muito simpática, me aplicou um remédio na veia e eu apaguei.
Quando acordei, já tinha acabado. Foi muito rápido. E eu estava bem.
Eu estava aliviada, pois a minha decisão tinha sido muito bem pensada, e não tinha espaço para arrependimentos.
O médico ainda receitou remédios para a minha recuperação.
Eu penso muito em tudo que aconteceu, as vezes peço perdão a Deus... mas não me arrependi em nenhum momento do que fiz.
Meu relacionamento acabou, claro depois que eu "perdi o bebe" (que eu disse para ele)... e eu estou melhor assim, fiz o que devia ser feito... evitei um inferno no resto da minha vida. A criança não tem culpa, claro... mas ela também iria sofrer, e também o que eu já tenho. Eu não devia ter engravidado, mas depois que já tinha acontecido, a interrupção foi a melhor saída.
As vezes eu me cobro, me sinto até meio culpada, por não me sentir culpada, por não me arrepender. As vezes eu acho que "devia" ter ficado mal por causa disso, mas não fiquei, não sinto isso, não me culpo e não me arrependo.
Eu sou uma ótima mãe, dou todo amor do mundo pro filho que tenho, não é falta de amor...
Esse outro, apenas não era pra ser, simples assim... não era meu, no fundo no fundo, eu nunca o quis... eu não queria a gravidez, eu não queria nada daquilo.
Tenho convivido bem com minha consciência e tocado a vida em frente. Sem culpa, e sem arrependimento. Com a certeza que fiz o melhor para mim, para todos.

2014 Brasil

A consulta com o médico, durou mais do que o procedimento. Ele conversou, explicou tudo que iria acontecer e se eu estava certa disso. Eu o paguei e fui para a sala ginecológica. A enfermeira me deu um remédio que eu dormi por alguns minutos. Quando acordei, já tinha passado. Minha sensação foi de alivio. Não tive dores, minha recuperação foi ótima. Logo após o procedimento, voltei dirigindo de São Paulo onde fiz, até a minha cidade.

A ilegalidade de seu aborto afetou seus sentimentos?

Não. A ilegalidade apenas dificultou o encontro da clínica e fez com que eu pagasse caro por um procedimento que durou poucos minutos. Não me senti uma criminosa em momento algum.

Como as outras pessoas reagiram ao seu aborto?

O engraçado é que aceitaram minha decisão com mais naturalidade do que eu esperava. As poucas pessoas que souberam, em vez de me criticarem ou julgarem, me apoiaram na decisão. Se preocuparam comigo, por ser ilegal, é perigoso. Como eu faria sem colocar a minha vida em risco. O importante é saber com quem contar, uma boa amiga, sua mãe... Minha mãe é contra o aborto, jamais faria um. Mas quando a minha decisão estava tomada, ela me apoiou, foi comigo até a clínica para me acompanhar. No fundo, ela também sabia que seria o melhor.

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