Paula

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2014 เบลเยี่ยม

Bom.. Minha história é a seguinte.. Tenho 19 anos, moro com meus pais, e meu irmão na Bélgica. E sempre fui uma menina boa, mas meio irresponsável, sempre achei que nada iria acontecer comigo, sempre gostei de sair, beber muito, bebia até não saber mais o que tava fazendo, extravasava, achava que o mundo era só meu.. até achava que não poderia ter filhos, porque sempre fiz com meu ex namorado sem proteção e nunca aconteceu. Esse ex eu namorava no Brasil, e se tivesse acontecido la, tenho certeza que não teria coragem de fazer o aborto ilegal, por mim e pelo meu bebê. Mas nada aconteceu.. Foi acontecer aqui, na Bélgica mesmo. Me envolvi com um cara, ele é russo com americano, ficamos algumas semanas, e nesse período ele se declarou pra mim, disse que me amava, até me pediu em namoro, mas eu não aceitei, pois estava querendo mesmo continuar curtindo minha juventude, sem namorado, só com meus amigos, minhas festas, tocar minha vida tranqüilamente.. Mas mesmo assim continuamos ficando. Até que um dia aconteceu, foi nossa primeira vez. Fui em uma festa com ele sozinha, não conhecia ninguém, só ele. No começo até não queria beber, mas ele insistiu tanto, e já tava me dando sono de ficar ali naquele lugar sem nenhuma amiga, e ainda sem nenhuma bebida pra me animar. Enfim, começamos a beber, um copo ali, outro aqui.. É, cai no papo dele, como sempre caia no papo dos outros que me estimulavam a beber porque sabem que sou fraca pra bebida. Tava tudo bem, até no outro dia eu acordar na casa dele, sem me lembrar nem de como cheguei lá, com várias mensagens e ligações da minha mãe desesperada. É, fui MUITO irresponsável. Depois fui embora pra casa, continuamos a nos falar, a ficar, passou alguns dias e comecei a me sentir estranha. Meus peitos incharam e doíam muuito, eu andava um pouquinho e já estava cansada parecendo que eu tinha corrido uma maratona, sentia sono o tempo todo.. Até que chegou o dia da minha menstruação, que sempre foi muito regulada, descer, e ela não desceu.. Passou um, dois, três.. No quarto dia fui na clínica fazer exame, eu e mais duas amigas, eis que: POSITIVO!! Meu mundo virou de cabeça pra baixo.. Não sabia se eu chorava, se eu ficava feliz.. Eu sinceramente não esperava por aquele resultado, como já disse, achava que nada poderia acontecer comigo. Mas as coisas não são bem assim, e aprendi da pior maneira possível.. Contei para o "pai" do meu bebê e ele sem hesitar disse que era pra eu abortar.. E a moça da clínica já tinha me dito que se eu quisesse eu poderia abortar sim, que aqui uma das vantagens é essa, temos a opção por ter ou não o filho, pois o aborto é legalizado. Naquele momento não sabia o que fazer, no fundo eu estava feliz, eu tava com MEU bebê na minha barriga, poderia não ter formato de gente ainda, não ter um coraçãozinho, mas era MEU. Eu queria muito ter ele, muito. Já comecei a imaginar como seria minha vida com ele, em como eu ficaria quando minha barriga começasse a crescer.. Me sentia tão bem.. Mas a minha realidade era outra.. O "pai" do bebê começou a me ameaçar, dizendo que era pra eu abortar, que eu não conhecia ele, que era pro meu bem, não sei mais o que, e era aquilo o dia todo.. Já não agüentava mais. A minha mãe também começou a desconfiar.. E sempre mandando indiretas dizendo que não criaria filho sem pai, que não aceitava, que quem tem filho solteira é vagabunda, que se eu ficasse grávida era pra eu sumir da vida dela, esquecer que tinha mãe, e me virar. Eu estava sozinha.. Sem o pai do meu bebê, e sem minha família. Sou totalmente dependente da minha mãe, nunca trabalhei, não sei fazer nada, sempre fui muito mimada, e hoje vejo o quanto isso me fez mal.. Se eu tivesse um emprego, ou pelo menos soubesse fazer alguma coisa, eu teria meu filho, criaria ele sozinha, não precisaríamos de ninguém, iria ser só eu e ele contra o mundo! Mas as coisas não são assim, não foram assim.. Passaram-se alguns dias, dias de muita confusão, pressão, angústia, tristeza.. Minha vida já tava um inferno!! Até que eu não agüentei mais e tomei a decisão mais difícil da minha vida, a de abortar! Achei.. Acho ainda, que seria o melhor a se fazer, não queria ver meu filho crescendo sem pai, sem família, passando necessidade, não queria ver meu filho sofrendo, pagando por um erro MEU. Eu disse: prefiro eu sofrer o resto da minha vida com essa dor e essa culpa do que o meu filho! Não queria botar ele no mundo pra viver uma vida de incertezas.. Não sabia se ia conseguir sozinha, tive muito medo. Eu mal sei cuidar de mim, imagina de outra vida. Uma vida que eu sei que seria minha também, que eu ia amar mais que tudo nesse mundo.. Essa idéia também me apavorou.. Sou tão nova, tão inexperiente, sempre fui criada cheia de proteção, nem conheço o mundo direito.. Como poderia cuidar bem de um bebê??? Foram tantas questões, tanta coisa, que me fizeram tomar essa decisão. Fui a clínica outra vez pra fazer uma consulta, e marcar a data, que seria para a próxima semana. A semana passou voando, rezei todas as noites para que se fosse pra isso acontecer que Deus me desse forças, e que se não fosse da vontade dele que ele não permitisse. Preparei meu psicológico a semana inteira, até que chegou o dia.. Dormi na casa da minha amiga, e de manhã tive que injetar 2 comprimidos de Cytotec na vagina pra ir abrindo meu útero, pra na hora do procedimento ser mais fácil.. Passou duas hrs, fomos para clínica.. Entramos na sala, eu, minha amiga, duas médicas e uma assistente social. E se não fosse pelo carinho, apoio e atenção delas, teria sido bem mais difícil. Nessa semana meu bebê estava com 1 mês, ele era do tamainzinho de uma ervilha ainda. E lá foi eu.. Primeiro tomei a anestesia local, depois ela abriu meu útero e depois a pior parte.. A aspiração.. Não senti dores físicas, exceto na parte da anestesia que incomodou um pouco, o difícil mesmo foram as dores emocionais.. Meu Deus quando ouvi aquele aspirador tirando o MEU bebêzinho de mim, que dor.. Desabei naquela hora, mas elas me acalmaram, eu sabia que não tinha mais jeito, já estava feito. Comecei a sangrar já naquela hora, me sentia bastante tonta, fiquei na sala de repouso por uns 15 minutos, depois fui embora. Senti cólicas nesse dia, tomei remédio e passou. Depois me sentia mal, por dentro, parece que tinham arrancado uma parte de mim, não sei explicar.. Só sabia chorar, chorar e chorar.. Desmarquei meus compromissos durante três dias, briguei com minha mãe, tava com raiva do mundo, queria um tempo só pra mim e pra minha dor, precisava sentir ela pra poder voltar a viver normalmente. Fiquei esses dias trancada no meu quarto, só saia pra pegar comida e tomar banho. Chorando, me torturando, me culpando, me odiando, tentando me perdoar, tentando por na minha cabeça que tinha que ter sido assim, que foi o melhor que fiz por ele.. Sofri.. Depois decidi me reerguer, minha vida tinha que continuar.. Eu não vou me curar dessa ferida NUNCA, eu vou sofrer todos os dias da minha vida, mas eu TENHO que continuar vivendo, tenho que ser feliz. Nunca gostei de expor meus sentimentos, minha mãe sempre diz que desde pequena sofria calada, sozinha. E é assim mesmo.. Hoje fazem 14 dias que tudo aconteceu. Estou sentindo muitas cólicas, amanhã tenho consulta pra ver se está tudo bem, mas acho que está sim. Mas por dentro, nunca vai ficar. Eu choro TODOS OS DIAS, em algum momento do dia, por isso, pelo meu bebê que não deixei crescer, que não deixei nascer. Mas ergo a cabeça, enxugo as lágrimas e saio com um sorriso no rosto como se estivesse tudo perfeito. Afinal, cada um sabe a dor que tem. E ninguém tem nada a ver com a minha né? Só eu mesma. Como diz aquela frase: "A verdade é que ninguém vai te entender até que passe pela mesma situação." Então do que adianta ficar se lamentando, chorando, desabafando pros outros sendo que eles NUNCA vão entender o que estou sentindo? A única saída é seguir, em frente..

Ma N

Y fue un proceso duro física y emocionalmente.

Teaser

Nunca hubiera querido estar en esa encrucijada

Zuzanna

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Vivi 2 meses em um pesadelo